sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Chama-me de vento e você nem é o oxigênio ou a chama que aquece. Intitula-se fumaça. Passa por mim, intoxica-me com sua atmosfera inebriante e depois sai, deixando círculos de marasmo, sarcasmo e autocontrole. Eu, vento, vendo como me reajo. Fico densa, prejudicada, acompanhada de rumores e dissabores.
Eu, vento, cansada dessa volubilidade, da efemeridade mais exata, da cautela que devo ter em galhos disformes, em árvores delicadas. A tempestade chega e arregaça com meu talento. Toma meu lugar, nem analisa os contratempos. Tempo, tempo, tempo, não quero mais seu alento.

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